quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um comentário:

  1. O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.
    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.
    E assim nas calhas de roda
    Gira a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.

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